Medidas são nova tentativa do governo de frear onda de contestação social que deixou entre 20 e 50 mortos no país desde dezembro.
O primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghannouchi, anunciou nesta quarta-feira a destituição do ministro do Interior Rafik Belhaj Kacem, enquanto unidades do Exército se desdobraram na capital e em vários bairros onde aumentaram os confrontos entre manifestantes e as forças de segurança. Ghannouchi também anunciou que serão libertados todos aqueles que foram presos desde o início dos protestos, em meados de dezembro. Foto: Reuters
Pedestres passam por destroços de ônibus destruído durante confrontos com a polícia na praça principal de Cite Ettadhamen, perto da capital da Tunísia, Túnis
Depois que os distúrbios chegaram pela primeira vez à capital na terça-feira à noite, unidades do Exército integradas por soldados, caminhões e veículos blindados tomaram posições, especialmente nas grandes avenidas do centro da cidade e em alguns bairros dos arredores.
Em um distrito de Túnis, mais de 1 mil jovens protestaram na noite de terça-feira, ateando fogo a um ônibus e atacando inúmeras lojas e agências bancárias. No centro da capital, além de várias unidades da polícia, dois veículos do Exército e soldados armados vigiavam nesta quarta-feira a praça onde desemboca a popular avenida Habib Burguiba, a principal do país.
Unidades militares também tomaram posições em torno da sede da emissora de televisão estatal e outros edifícios oficiais. Segundo o governo, os enfrentamentos provocaram 21 mortes em todo o país, enquanto os partidos de oposição e os sindicatos dizem que o número de vítimas superaria os 50.
Os protestos na Tunísia explodiram em 17 de dezembro, quando Mohammed Bouazizi, um jovem de 26 anos, incendiou o próprio corpo na localidade de Sidi Bouzid para denunciar abusos administrativos depois que a polícia confiscou as frutas e legumes que vendia na rua, com o argumento de que não tinha permissão para exercer a atividade.
O jovem, um desempregado com nível superior, morreu em 4 de janeiro em um hospital da capital tunisiana. Por causa dos protestos sem precedentes no país, em algumas regiões foi declarado o toque de recolher e os militares saíram às ruas, embora até o momento tenham permanecido em seus quartéis na capital.
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