O decreto proíbe que mais de três pessoas se reúnam nas ruas, e as forças de segurança receberam a autorização de abrir fogo contra aqueles que desobedeceram suas ordens. O Exército tomou o controle do aeroporto internacional de Túnis-Cartago e o espaço aéreo do país foi fechado.
Durante o dia, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes que pediam a renúncia do presidente na capital, Túnis.
A declaração do estado de emergência aconteceu depois de o presidente Zine El Abidine Ben Ali ter destituído o governo e prometido a convocação de eleições legislativas antecipadas em um prazo de seis meses.
Citado pela TAP, o primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi disse que Ben Ali tomou uma série de decisões na noite de quinta-feira para conter os distúrbios, incluindo "dispensar o governo e organizar eleições em seis meses". Ghannouchi informou ter sido encarregado de formar o novo governo.
Milhares de pessoas saíram às ruas da capital tunisiana e de outras cidades do país nesta sexta-feira para pedir a saída do presidente, apesar do discurso que ele fez na véspera na tentativa de diminuir a tensão em seu país.
No pronunciamento, ele pediu à força pública que não atire contra os manifestantes e anunciou que não deseja disputar um novo mandato em 2014.
O anúncio teve o objetivo de apaziguar a onda de protestos sem precedentes contra o seu regime. Em função dos distúrbios, o embaixador da Tunísia perante a Unesco, Mezri Hadad, apresentou nesta sexta-feira sua renúncia, vários dias depois de ter pedido ao presidente que "detivesse o banho de sangue contra os manifestantes", segundo uma carta.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navy Pillay, pediu na quarta-feira ao governo da Tunísia a realização de investigações "independentes" sobre o "uso excessivo" da força por parte de seus serviços de segurança.
O ministro de Relações Exteriores Kamel Morjane afirmou esta sexta-feira que um governo de unidade nacional em seu país "é possível e até seria normal". "Com o comportamento de pessoas como Nejib Chebi (opositor), acho que é possível, até seria totalmente normal", declarou o ministro por telefone.
Chebi é o líder histórico do Partido Democrático Progressista (PDP), um grupo opositor autorizado na Tunísia, mas que não tem representação no Parlamento.
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