Tunisianos protestam contra o presidente Zine al-Abidine Ben Ali durante passeata em Túnis. "Chega, Ben Ali", gritavam os manifestantes que não tiveram problemas com a polícia
Milhares de cidadãos foram se somando à manifestação que começou na manhã desta sexta-feira na avenida central Habib Burguiba e que foi depois concentrada em frente à sede do Ministério do Interior, onde neste momento estão reunidas cerca de 8 mil pessoas.
Apesar da sede do departamento de Interior estar vigiada por um forte aparato policial, até o momento não foi registrado nenhum enfrentamento entre os manifestantes e as forças da ordem.
Os participantes do protesto gritam palavras de ordem como "Pela revolta contínua", "Não a Ben Ali", "Não aos Trabelsi, que saquearam o país", em referência à família do presidente, e "Homenagem ao sangue dos mártires".
Segundo informaram à EFE fontes de sindicatos, em algumas outras regiões do país também foram registradas nesta sexta-feira grandes manifestações, como na de Kairouan, no centro do país, e na capital da bacia mineradora de Gafsa, no sudoeste.
Também nas regiões do centro-oeste como Kaserin e Sidi Bou Said, milhares de pessoas saíram às ruas para exigir a saída do presidente sem que até o momento tenham sido registradas reações policiais.
A entidade que agrega os sindicatos da Tunísia convocou para esta sexta-feira uma greve geral de duas horas na capital, embora os organismos da administração tenham decidido fechar durante o dia.
Em discurso retransmitido na última quinta-feira à noite pela emissora de televisão estatal, Ben Ali se comprometeu a realizar "profundas mudanças" políticas e econômicas no país, incluindo eleições presidenciais "pluralistas nas quais se garanta a alternância".
Em uma nova tentativa de acalmar os protestos, o presidente afirmou que criará uma comissão independente para esclarecer os eventos vividos em Túnis há quase um mês e assinalou que deu ordem para que não seja utilizada munição letal para reprimir a contestação social.
O governo tunisiano reconheceu até o momento 21 mortos nos protestos em todo o país desde que começaram as revoltas em 17 de dezembro, enquanto os sindicatos e as organizações de direitos humanos falam em mais de 60 vítimas
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